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Programação

20/10, às 16h – DEBATE: Diálogos entre a Congada Uberlandense e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU): alimentando campos reflexivos e ações

Photo by Sofia Khlebnikov on Unsplash

Assista no Youtube: https://youtu.be/7HGMgzb46mE

A Universidade Federal de Uberlândia está localizada numa região cuja maioria da população negra está engajada em ternos(grupos) de Congada. A cidade de Uberlândia tem um papel importante nesse universo, pois possui uma congada com mais de 140 anos, a primeira da região a ser reconhecida em 2008 como Patrimônio Imaterial Municipal.

Ao longo da história social local essa celebração constituiu-se como uma espécie de lócus cultural onde são cultivados valores da cultura negra e pelo qual a maioria dos afrodescendentes, principalmente os de origem popular, alimentam sua consciência racial. A congada reflete a memória da escravização, o racismo, as dificuldades cotidianas e a segregação socioespacial da negritude, mas também a fé, as superações, os laços étnicos, a esperança e as conquistas. Em especial para a mulher negra, que no ambiente das práticas congadeiras experimenta formas de empoderamento feminino, ativismo, autoestima e valorização racial. Atualmente a cidade de Uberlândia conta com 25 ternos de congada, entre eles os ternos de nossas palestrantes (Antonia e Iara). Os pontos de socialização e de ensaios são denominados de quartéis do terno e encontram- distribuídos por toda cidade, com forte concentração nos bairros periféricos.

Os primeiros contatos da Universidade com a Congada datam do final anos 1990 e já se apresentavam promissores no que se refere a ampliação da visão universitária sobre relações étnico-raciais, viabilizando inclusive a criação do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, NEAB/UFU. Do lado congadeiro, as relações com a academia contribuíram para nutrir intelectualmente um campo reflexivo de problematizações sobre o racismo, algo já analisado pelos congadeiros nos encontros e nas trocas do quartel e pelo movimento negro local. No entanto, com a entrada de pessoas ligadas à pesquisa cientifica, houve uma ampliação do escopo das discussões acerca dos problemas que afetam a negritude, viabilizando a criação de fóruns de igualdade racial e uma pasta no poder municipal dedicada a igualdade racial.

Grosso modo, a apresentação no evento “Universidade em transformação: desafios e potencialidades” tratará dessas experiências e desse campo reflexivo envolvendo universidade e congada.

Profa. Dra. Claudelir Correa Clemente – leciona antropologia na Universidade Federal de Uberlândia (UFU); líder do grupo de pesquisa: Mobilidades, vínculos sociais, território e etnicidade (MOVITE); autora do projeto Observatório Etnográfico das Culturas (OBEC); co-organiza o livro Culturas negras e ciências sociais no século XXI (2018) e o livro, Antropologia e Contemporaneidade: redes sociais e migração qualificada (2017) ambos publicados pela EDUFU.

Antonia Aparecida Rosa – Pedagoga, Capitã do terno Marinheiro Nossa Senhora do Rosário

Iara Aparecida – Assistente Social, coordenadora do terno Moçambique Estrela Guia

Mediação: Liane Chipollino Aseff – doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades, pesquisadora do NAP Brasil África/USP e integrante do Grupo de Pesquisa “Temáticas, narrativas e representações árabes, africanas, asiáticas e sul- americanas e de comunidades diaspóricas” (FFLCH/USP/CNPq) e do NAP Brasil África/USP.

Assista no Youtube: https://youtu.be/7HGMgzb46mE

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